THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

Monday, September 25, 2006

Aldeia Global?

Ei, flor... Você tem passaporte para crescer entre as pedras?

Não sei a definição exata que estão dando à palavra “globalização” nas salas de aula ou nas enciclopédias. Mas sei o que a palavra significa e sei que não fica longe de explicações como “processo de integração econômica e social dos países do Mundo no final do Século XX” ou “cooperação recíproca entre nações e povos de todo o globo”. Bonito.
Aí, eu abro o jornal e vejo a matéria intitulada “Suíça aprova regras mais duras para a imigração”. Li novamente. As novas leis restringem os pedidos de asilo. A legislação nova proíbe cidadãos de fora da União Européia ou da Associação Européia de Livre Comércio de trabalhar por lá (exceção feita à mão-de-obra altamente especializada). Quem não tem documento de identidade ou passaporte, também tem vai ter benefícios cortados ou pedidos de asilo negados.
Pareceria justo, se a gente não vivesse num mundo onde há perseguidos e refugiados. Gente que foge da guerra; da miséria; dos massacres de qualquer ordem, “justificados” pelas diversas faces da intolerância. Gente que foge em nome da esperança, procurando as coisas que a Declaração Universal dos Direitos Humanos fomenta. Pensando bem, se tudo que está lá fosse verdade mesmo, nem seria necessário fazer uma Declaração, pois isso seria “default”, certo?
Quando eu ainda estava na escola, a Suíça era apontada como “neutra” e por isso mesmo, tinha grande reputação humanitária. Hoje, a humanidade permanece. Mas tem que ter passaporte e cidadanias européias.
Grande Aldeia Global! Qual era mesmo a definição de globalização? Já não tenho certeza. Vou procurar saber se mudaram o significado de palavras como “cooperação”, “reciprocidade” e “integração” para descobrir se, no fim das contas, a maluca não sou eu...

Monday, September 18, 2006

Indo para o Castelo de If...

Castelo de If

Desde cedo, sempre tive muita percepção de tudo. Hoje, pensando na infância, chego a duas conclusões: fui uma criança muito feliz; fui uma criança muito “adulta”. Não quer dizer que fosse fechada, mas eu me lembro de ter preocupações se seria ou não boa profissional com uns 7,8 anos. Sei lá se isso é bom ou ruim... O fato é que isso era conseqüência de pensar nas coisas do mundo desde pirralha.

Por isso, não era raro me ver entediada com os livrinhos para gente da minha idade na época. E por isso eu lia com prazer livros que as outras crianças rejeitavam. Um deles foi o clássico “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas. Foi com ele que conheci Edmond Dantes – protagonista do livro – e o Castelo de If, no qual ele ficou preso quase 15 anos injustamente. Já mais velha, vi a mais recente adaptação do livro para o cinema, a que tem Jim Caviezel e Guy Pearce no elenco. Me lembrei o quanto eu me identifico com Dantes... Me lembrei o quanto sinto que “perdi minha liberdade injustamente”, como se estivesse trancafiada no Castelo de If. Não literalmente, claro. Mas sensitivamente. Ter percepção das coisas é uma prisão; ter determinados pensamentos sobre as pessoas e o mundo prende tanto quanto qualquer grilhão; ter tanta opinião guardada é como estar envolta em correntes.

Então, assim como Dantes, vou passar um tempo no Castelo de If... O meu Castelo de If... Escrevendo em suas paredes (virtuais), as coisas que me tocam, ferem ou inspiram. Só que, ao contrário do livro, vou fazer do meu Castelo de If um exercício de libertação.