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Monday, August 06, 2007

O crachá

Famoso quem???


A descrição do brasileiro típico com certeza abrange palavras como pacato, pacífico, bem-humorado, receptivo... Mas se alguém quiser conhecer realmente um brasileiro, dêem a ele um crachá.

O brasileiro se transforma com um crachá. O artefato vem na frente, pendurado no pescoço, mas tem o mesmo efeito moral que a capa para o Super-Homem. Diria que eu que, de posse de um crachá, o cidadão comum se transfigura; vira o doutor, o alguém na vida, a autoridade. A transformação fica ainda mais visível se for um crachá que dá acesso a determinadas áreas, que mortais comuns não têm acesso. Aí, não tem jeito. O sujeito vira um híbrido de homem e Chester, andando de peito duro e imponente para lá e para cá. “Não senhor, segurança. Eu posso entrar aí, olha só o meu crachá”.

O crachá é a materialização do “sabe-com-quem-está-falando”, com direito a ID, cargo, número de registro, função e áreas de acesso. E se fizer dupla com uma pulseirinha daquelas de plástico, com a inscrição “VIP”, saiam da frente: porque essa combinação é praticamente restrita aos seres míticos, transcendentais. Aos detentores dos segredos de Atlântida, dos Maias e dos Astecas.

O brasileiro típico realmente acha que um crachá é o delimitador entre a mediocridade e o Olimpo. Não interessa se é um pobre diabo, uma pseudo-celebridade ou gente que se dá mais importância do que realmente tem. Um brasileiro com crachá é quase à prova de balas. É um Bozó de Kripton. Mal sabe ele que quem é famoso mesmo não precisa disso. Ou alguém acha que o Pelé precisa de um crachá para ter acesso a algum lugar?

Wednesday, August 01, 2007

Eu não queria...

Eu não queria ter me emocionado nas suas vitórias.
Eu não queria ter me abatido nas suas derrotas.
Nem queria ter chorado quando ouvi sua música.
Não queria ter vestido suas cores por dentro.
Não queria ter esbravejado ou reclamado quando te passaram para trás.
Nem sorrido por dentro quando os céus jogavam a favor.
Não queria que as alegrias recentes mascarassem a dor no dia-a-dia.
Não queria, não queria...
Não queria descobrir através do esporte que eu ainda te amo.
Não queria, não queria...
Não queria, Brasil, não queria.
Não queria violência, corrupção, miséria.
Não queria roubo, fome, omissão.
Não queria vergonha de ser honesta.
Não queria você, Brasil...
Não queria...
Eu não queria querer tanto que você me quisesse
Como no fundo eu ainda te quero