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Tuesday, December 11, 2007

Dexter e a condição humana

Há algum tempo assisto uma série de TV americana chamada "Dexter". Para quem não conhece, o seriado é protagonizado por um serial killer (Dexter) que trabalha como perito da polícia de Miami. Dexter reconheceu ainda criança o desejo irresistível de matar. Harry, o pai adotivo, era um policial dos mais certinhos e para que o filho jamais fosse preso por seus "instintos", ensinou o garoto a ter uma certa "ética" para matar. Baseado no que ele chama "Código de Harry", Dexter elimina criminosos que a Justiça deixa escapar.

No último fim-de-semana, enquanto assistia a alguns episódios da 2ª temporada, notei o quanto torcia para que Dexter se safasse e não fosse pego pela Justiça. O personagem é simpático, irônico, carismático, espirituoso, engraçado até... É o típico gente boa. E só "despacha" bandidos. Complexo e simples, não dá para torcer contra ele. Mas isso é que espanta: ele pode ser o que for, mas é um serial killer.

E isso dá bem a medida dos tempos de hoje. Com tudo de ruim em volta e ninguém que realmente tome providências, nos resta torcer pelo serial killer - que, por incrível que pareça, tem ética. Dexter é uma pessoa boa fazendo coisas ruins ou uma pessoa ruim fazendo coisas boas? Já não sei a resposta e isso é meio inquietante. Tão inquietante quanto viver num planeta que nos leva a ter simpatia pelo serial killer.

É, o mundo está perdido - e acho que todos nós também.

Dexter

Tuesday, November 13, 2007

Amigo urso

I´m a beer, ic... a bear!

Hoje dei de cara com uma daquelas notícias que você lê, relê e acaba de uma vez por todas com a certeza que já viu de tudo na vida. Aconteceu no longínquo mosteiro romeno de Cotmeana. Lá havia um urso – de nome Martinica - que foi "salvo" por uma organização chamada “Milhões de Amigos”.

Disseram que o bicho bebia cerveja e gostava de dar uns tragos nos cigarros oferecidos pelos visitantes, além de ser visto com freqüência dormindo na lama (como bom bebum que era). No mosteiro, ninguém fazia nada pelo bicho, que vivia entregue à esbórnia e à boêmia.

Pois bem... Levaram o urso embora do mosteiro; cortaram a cerveja, o cigarro e... o castraram. Resumindo: por causa dos ativistas, o urso não bebe mais, não fuma e não trep... ops. Ou seja: agora que saiu do mosteiro, o urso vai viver que nem monge. Que sacanagem! Não sei o que os outros pensam, mas para mim, isso é coisa de amigo-urso...



Montagem: Glaucia

Tuesday, October 23, 2007

O silêncio da sua viagem...

Desculpe interromper o silêncio da sua VIAGEM. Mas tenho que falar exatamente porque essa sua viagem já silenciou muita gente. Ao mesmo tempo, essa sua viagem causa um barulho que ninguém consegue calar. Barulho de tiro. Talvez você não escute aí da sua cobertura. Talvez escute e marque no palm-top que é hora de reforçar a blindagem do carro. E é provável que, durante a sua VIAGEM, você não lembre que financia tudo isso. A quem você vai culpar quando a próxima vítima cair?
Desculpe interromper o silêncio da sua VIAGEM, mas o que você me diz sobre essa manchete:”Elite é a maior cliente do tráfico”?
Desculpe interromper o silêncio da sua VIAGEM, mas estou cansada de ouvir sua hipocrisia.

Monday, September 24, 2007

Tá explicado...

Começou na merda...

Chuva e engarrafamento, dois ingredientes certos para fermentar um bolo de tédio quando estou no ônibus. Como hoje consegui viajar sentada – o que equivale praticamente a ganhar na Mega-Sena ou ver um político corrupto ir preso neste país – optei por ler um pouco. E vim lendo uma daquelas publicações que são mistura de catálogo/revista da Livraria Saraiva. Em uma das seções, Marcelo Duarte, autor da série “O Guia dos Curiosos”, discorre sobre algumas curiosidades históricas a respeito da Independência do Brasil e do quadro “Independência ou Morte!”, do pintor Pedro Américo (foto). Entre outras coisas, Duarte falou que:

1 – D. Pedro I tinha encontrado com Domitila de Castro, sua amante, antes de declarar a Independência;

2 – Ao contrário do quadro, ele e sua comitiva (pequena e discreta, já que era destinada apenas a acompanhá-lo em sua pulada de muro) viajavam no lombo de mulas porque estas eram mais resistentes que o cavalos;

3 – O grito libertador não foi às margens do Ipiranga e sim numa colina perto do rio. O motivo? D. Pedro tinha subido lá para se aliviar de um “mal-estar intestinal”.

Fez-se a luz. Se algo tão importante como a Independência começou na putaria, com lentidão muar e na base da merda feita pelo seu governante, alguém esperava mesmo que o Brasil fosse diferente?

Monday, August 06, 2007

O crachá

Famoso quem???


A descrição do brasileiro típico com certeza abrange palavras como pacato, pacífico, bem-humorado, receptivo... Mas se alguém quiser conhecer realmente um brasileiro, dêem a ele um crachá.

O brasileiro se transforma com um crachá. O artefato vem na frente, pendurado no pescoço, mas tem o mesmo efeito moral que a capa para o Super-Homem. Diria que eu que, de posse de um crachá, o cidadão comum se transfigura; vira o doutor, o alguém na vida, a autoridade. A transformação fica ainda mais visível se for um crachá que dá acesso a determinadas áreas, que mortais comuns não têm acesso. Aí, não tem jeito. O sujeito vira um híbrido de homem e Chester, andando de peito duro e imponente para lá e para cá. “Não senhor, segurança. Eu posso entrar aí, olha só o meu crachá”.

O crachá é a materialização do “sabe-com-quem-está-falando”, com direito a ID, cargo, número de registro, função e áreas de acesso. E se fizer dupla com uma pulseirinha daquelas de plástico, com a inscrição “VIP”, saiam da frente: porque essa combinação é praticamente restrita aos seres míticos, transcendentais. Aos detentores dos segredos de Atlântida, dos Maias e dos Astecas.

O brasileiro típico realmente acha que um crachá é o delimitador entre a mediocridade e o Olimpo. Não interessa se é um pobre diabo, uma pseudo-celebridade ou gente que se dá mais importância do que realmente tem. Um brasileiro com crachá é quase à prova de balas. É um Bozó de Kripton. Mal sabe ele que quem é famoso mesmo não precisa disso. Ou alguém acha que o Pelé precisa de um crachá para ter acesso a algum lugar?

Wednesday, August 01, 2007

Eu não queria...

Eu não queria ter me emocionado nas suas vitórias.
Eu não queria ter me abatido nas suas derrotas.
Nem queria ter chorado quando ouvi sua música.
Não queria ter vestido suas cores por dentro.
Não queria ter esbravejado ou reclamado quando te passaram para trás.
Nem sorrido por dentro quando os céus jogavam a favor.
Não queria que as alegrias recentes mascarassem a dor no dia-a-dia.
Não queria, não queria...
Não queria descobrir através do esporte que eu ainda te amo.
Não queria, não queria...
Não queria, Brasil, não queria.
Não queria violência, corrupção, miséria.
Não queria roubo, fome, omissão.
Não queria vergonha de ser honesta.
Não queria você, Brasil...
Não queria...
Eu não queria querer tanto que você me quisesse
Como no fundo eu ainda te quero

Tuesday, June 26, 2007

Perfeição...

Perfeição é uma das faixas do álbum “O Descobrimento do Brasil”, lançado em 1993 pela Legião Urbana. A letra é uma das mais cínicas, ácidas e – tristemente – verdadeiras da banda. A síntese do país. Talvez devesse ser seu novo hino (porque creio que o hino do que quer que seja precisa traduzir aquilo que está sendo exaltado e cá para nós, o hino brasileiro está longe de exprimir a realidade). Há algum tempo, as manchetes só trazem notícias que mostram que o Brasil é um caso lamentável de decadência, sem nunca ter oferecido aos seus filhos um apogeu.
“Vamos celebrar a estupidez humana / A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos / Covardes, estupradores e ladrões”

“Jovens de classe média-alta espancam doméstica

“Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão”

“Policial usa bala de verdade em simulação e mata garoto de 13 anos”

“Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação”

“Mantega: crise aérea é sinal de prosperidade”

“Celebrar a juventude sem escolas
Crianças mortas
Celebrar nossa desunião”

“Alunos retomam aulas suspensas há 30 dias por violência no Rio”

“Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade”

“Brasil já é o segundo maior mercado mundial de cirurgias plásticas”

“Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais”

“Acidentes deixam 50 mortos nas estradas de SP no feriado”
Precisa mais? Acho que não... Para quem não conhece, o restante da letra segue abaixo... E o pior mesmo é saber que não há uma, mas várias manchetes para cada um desses versos. Alguém duvida?
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a aceitação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amarV
amos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer da nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror de tudo isso
Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também viemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção
Venha, meu coração esta com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha que o que vem é perfeição...

Wednesday, May 30, 2007

Wherever you will go...

Há algum tempo, estourou nas rádios uma música chamada “Wherever you will go”, do grupo “The Calling”. Não é marcante como uma “Stairway to Heaven”, nem impactante como “Smells Like Teen Spirit”. Mas gosto bastante dela. E hoje, quando alguém que eu amo (e não é pouco), disse que estava triste, lembrei da música.
Comecei a cantarolar antes da janta. E pensei no trecho dela, que diz:

If I could, then I would / Se eu pudesse, então eu iria
I'll go wherever you will go / Eu vou para onde quer que você vá
Way up high or down low / Muito lá em cima ou lá embaixo
I'll go wherever you will go / Eu vou para onde quer que você vá
And maybe, I'll find out / E talvez, eu descobrirei
A way to make it back someday / Um jeito de voltar algum dia
To watch you, to guide you / Para te vigiar, para te guiar
Through the darkest of your days / Através da escuridão de seus dias
If a great wave shall fall / Se uma grande onda caísse
And fall upon us all / E caísse em todos nós
Then I hope there's someone out there / Então eu esperaria por alguém lá fora
Who can bring me back to you / Que possa me levar de volta a você

Mais pura verdade… E do fundo do meu coração, apesar das dificuldades e da falta de ânimo que bate às vezes, desejo que esse alguém tenha certeza disso e que dessa certeza, venha a força para não baixar a cabeça.(Mas se bater dúvida, selecione o trecho abaixo).
RP, te amo muito, muito, muito! And I really will go wherever you are

Monday, May 28, 2007

Tensão no busão

Foi impossível controlar. O ônibus estava cheio, como sempre. Mas o sujeito conseguiu destaque. O casaco preto e pesado só piorava as coisas. Despertou medo, indignação, horror, um pouco de revolta. Um misto de sentimentos, menos a indiferença. Bem que tentei traçar uma rota de fuga, mas não tinha como. Não teria como escapar. Ele se aproximou e ficou bem ao meu lado, em pé. Meus olhos enxeram d´água... Tudo que eu queria era sair dali, estar em outro lugar ou simplesmente, tirá-lo de perto de mim. Não teve jeito. Prendi a respiração e tentei desviar o pensamento, calculando quanto tempo demoraria para o suplício ter fim. Finalmente, em Benfica, o homem soltou, deixando para trás um rastro de... suvaco! Juro... Poucas vezes na vida senti um cecê tão desgraçado quando aquele! Verdadeira comoção olfativa.

Sunday, May 27, 2007

As coisas simples da vida


Vale até descobrir um belo pôr-do-sol na Avenida Brasil

Não tenho grana sobrando, também não tenho faltando. Não tenho muita coisa que gostaria e que o dinheiro poderia comprar. Mas sabe... Antes assim. Porque as coisas mais simples, às vezes banais, podem fazer com que eu ganhe o dia e me abrir o sorriso. E pode ser...

O ônibus vazio quando volto do trabalho para casa;
Não pegar engarrafamento;
Estar com saúde;
Os dias que minha enxaqueca não se manifesta;
O sorriso da minha mãe na janela quando me vê chegar;
O sorriso do meu amor quando eu desço a escada para abrir a porta;
O sorriso orgulhoso do meu irmão quando eu falo de futebol;
As vitórias do meu time;
Um bom papo com um amigo;
Brincar com alguma criancinha e ela rir de volta;
Descobrir como fazer algo que eu queria fazer há tempos;
Fazer cafuné no meu amor;
Dormir até tarde num dia de frio;
Aproveitar um dia de Sol;
Escrever nos meus blogs, ainda que ninguém leia;
Dar risada vendo desenho;
Comer uva, morango, pizza, churrasco, lasanha, açaí;
Escutar uma música que adoro e não ouço faz tempo;
Ficar sozinha e não se sentir solitária;
Estar acompanhada e não se sentir sozinha;
Poder não atender o celular.

Felizmente, essa lista não tem fim. Como não tem fim também minha alegria pelas coisas simples da vida.

Foto: Glaucia Marques/Arquivo Pessoal

Monday, May 07, 2007

Baby Rock Records: isso é que é música de ninar!

Isso é que é música de ninar!
Vivemos tempos difíceis. Para quem não acha que versos como “60 na mandioca” “Escolhi da marca dako porque dako é bom” ou “Não adianta de qualquer forma eu esculacho / Fama de putona só porque como seu macho” podem ser chamados de “música”, os tempos não parecem difíceis: parecem impossíveis, instransponíveis, pára-o-ônibus-que-meu-ponto-já-passou. Esse é um dos meus problemas: sou uma pessoa comum, de hábitos simples, mas prezo pelo bom gosto. Não vou ouvir Tati Quebra-Barraco mesmo que o Hermano Vianna perca uma tarde inteira comigo falando que o funk é a expressão cultural de classes menos favorecidas, blá, blá, blá. Concordo que seja expressão; quanto ao cultural...

Toco no assunto porque às vezes me pego pensando: “Deus e se meu filho gostar dessas coisas”? Sangue do meu sangue... Bom, gostar ele pode. Livre arbítrio é isso, não? Mas já descobri um jeito de contribuir para que, desde cedo, minha prole goste de música-MÚSICA. A Baby Rock Records regrava alguns dos maiores clássicos de bandas de rock como se fossem...músicas de ninar! Sim, tem “Enter Sandman”, “Time”, “Stairway to Heaven”, “Smells Like Teen Spirit” e muitos outros musicões feitos na medida para o neném dormir. E as capas dos CDs?! Eles também fazem uma adaptação para a gurizada! Tipo de idéia que me faz dormir tranqüila (e aos meus filhos, que se Deus quiser, vão ter bom gosto musical também).

Tuesday, April 24, 2007

“Jingle Bells, jingle bells, acabou o papel...”

Fala aí: como deixar de usar papel higiênico???

Me preocupo com o planeta; choro quando vejo documentários ou reportagens de queimadas, vazamentos de óleo, devastação. Sinto pena de bichinhos silvestres e domésticos mortos ou maltratados, acho o homem o pior dos animais da fauna terrestre. Pode ver num post anterior: até torço para que o “efeito da estufa” climática que o ser humano cultiva em nome do progresso (financeiro, claro) seja a devastação de todas as pessoinhas que estragam esse planeta lindo. Tenho consciência ecológica suficiente para fazer o meu: não desperdiçar água, não jogar lixo fora da lixeira, economizar energia etc. Mas essa onda de “politicamente correto” precisa ter limites!


Cheguei a essa conclusão quando li na Internet a seguinte pérola. “Vamos usar menos papel higiênico’, pede Sheryl Crow em campanha pelo meio ambiente”. Como assim “menos papel higiênico”? É para usar os dois lados? Ou só um quadradinho por cada vez que eu for “sujar a louça”? Talvez eu deva apelar para o famoso “chuveirinho” – hum, melhor não... água é recurso escasso, não quero me arriscar a ver a Sheryl Crow surgindo em um momento tão introspectivo para me dar reprimendas ecológicas. Deveria então fazer uso de toalhinhas abjetas, que eu lavaria depois do “trabalho sujo” e usaria tantas e quantas vezes fosse possível?
Senhoras e senhores, sob risco do Green Peace me botar na lista negra, eu aviso: NÃO ABRO MÃO DO LIVRE USO DO PAPEL HIGIÊNICO! Aturo político corrupto; ônibus lotado; engarrafamento no rush; um imposto de renda absurso; IPVA; cólica menstrual; BBBs e a programação dominical da TV aberta. Mas de usar quantos pedacinhos de papel higiênico (e dos macios) para limpar meu barro, ops, minha barra, já é demais. Ainda mais porque a Sheryl Crow pediu... Logo ela, que estragou o musicão “Sweet Child O´Mine” numa versão que me provoca revertérios suficientes para correr para o banheiro e ficar lá horas a fio...

“Não faz mal, não faz mal... Limpa com jornal (porque a Shreyl Crow quer)”

Alfreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeedo!!!

Não sou do tipo canalha inveterada, mas também não sou candidata à vaga de Madre Teresa de Calcutá. Sou honesta o bastante para criticar escândalos de corrupção, negociatas, esquemas sórdidos, impunidade desmedida sem refletir hipocrisia. Mas definitivamente não sou santa. Falo mal (e muito) de quem não gosto; já inventei compromissos “pós-agendados” para evitar compromissos “pré-agendados” que em nada me interessavam. Já pulei muro de vizinho para pegar fruta caída no chão. Como carne vermelha e verduras na proporção de cem para um. Amo Coca-Cola, não adianta me passar email que ela desentope pia (se é verdade, é o desentupidor de pia mais gostoso do planeta!). Já fiz xixi em piscina, já arrotei alto na rua, já fiz guerra de bolinha de papel e já zoei com professor em sala de aula. Faço uso de deboche, sarcasmo, chiste e pilhéria de todas as ordens para sacanear alguém e/ou algo com o(s) qual(is) eu discorde mortalmente. Já tive flatulência no elevador, apesar de só me permitir fazer isso quando estou absolutamente só no mesmo. Já disse que gostei de um presente mesmo tendo detestado. Não sou perfeita, sou normal. E não abro mão do meu papel higiênico!!

Monday, April 23, 2007

Santo guerreiro!

Vinícius de Moraes já dizia: a fé desentope as artérias; a descrença é que dá câncer. Salve São Jorge, santo guerreiro!

O dia que me encontrei com Daniel Azulay


Estudar é um dos grandes prazeres que tenho na vida. Esta semana, assisti a um ciclo de palestras e workshops no Infnet. Aliás, vou ser sincera: quando decidi participar do ciclo, foi por causa de uma palestra. A palestra com Daniel Azulay.


Daniel Azulay é um ídolo de infância. Pela TV, o programa dele mostrava coisas que até hoje adoro fazer: pintar, desenhar, fazer trabalhos manuais, inventar. O mundo dele era um mundo de sonhos e sonhos daqueles que a gente tem de olhos abertos. Sonhos tão bons que até hoje alegram minha realidade.Por isso, quando vi que ele estaria no evento, fiz de tudo para estar presente. E valeu cada minuto... Valeu por descobrir que ele “é de verdade”. Valeu por ter visto a simpatia, a simplicidade, a humildade. Valeu pelos momentos que o mundo de sonhos se tornou real diante dos meus olhos. Algodão-doce, mas bem doce mesmo para mim!

Tuesday, April 03, 2007

Tipos Típicos 01: O “Milirritante” Político

Você conhece alguém assim... Ou então, ainda vai conhecer (não é ameaça, é fato...).

Inauguro a série “Tipos Típicos”, onde pretendo descrever alguns “bichinhos” comuns da grande fauna humana.
O primeiro espécime é o “Milirritante” Político. Os “milirritantes” costumam aparecer em bandos somente de dois em dois anos, quando se encontram em mesas de bar, grêmios estudantis ou comícios na época das eleições. Assistem aos telejornais fazendo comentários do tipo variações do mesmo tema: “Agora estão tramando isso!” ou “Governo sem-vergonha!!!!!! Sabia que estavam armando alguma coisa... Bem feito!!!!!!! Quem mandou votarem nele”. Destaque forçado para as exclamações... Se for o Jornal Nacional então, a exaltação provavelmente será maior; hoje em dia, o telejornal número um da Globo consegue desagradar “milirritantes” de todos os tipos: direita, centro ou esquerda. Talvez porque para eles, tudo é motivo para denotar conspiração. São desconfiados e “astutos”, portanto. Sherlock Holmes perde fácil na hora de desvendar tantas tramas rocambolescas na política.

O “milirritante” tem também um super-poder: a visão além do alcance. Enxergam sempre mais – e principalmente, melhor – do que todos os outros seres humanos (exceto claro, os “milirritantes” da mesma tribo). É comum ouvir frases como “o povo não enxerga” ou “isso é claro como água”. Só não enxergam mesmo é como é chato para os seres humanos comuns ficar ouvindo essa ladainha, mas tudo bem...

Quando não está em bando, o “milirritante” tem formas de ataque previsíveis: preferem as filas de banco, os ônibus, alguns bancos de praça, esquinas (botecos, padarias e bancas de jornais) e claro, a Internet. Nos intervalos entre uma eleição e outra, os emails podem até diminuir a freqüência, mas hora ou outra pintam, principalmente para falar do presidente. Se este for do mesmo tipo, virão PPTs intermináveis ou tratados idem para entupir sua caixa de entrada. Se for do tipo do partido adversário, a tendência é que você receba cantilenas dignas de terrorista, desfiando linhas de um pensamento conspiratório cristalino (para eles, diga-se de passagem) a respeito das atitudes do governo atual. E seja qual for sua posição política, tudo que você vai querer é uma revolução... na qual a reivindicação principal seja simplesmente o direito de não receber emails desse tipo! Para os “milirritantes” reais, nada como um bom fone de ouvido; para os virtuais, nada como um “bloquear remetente” ou simplesmente o redentor botão “Delete”.

Se dois “milirritantes” de tipos diferentes se encontrarem, saia de perto. Pode sobrar para você. Vale lembrar que “milirritantes” não gostam de ser contrariados; então, se conseguir ficar perto deles mais de 30 segundos, melhor não dar papo, argumentar. Há neles uma capacidade inesgotável de encherem a paciência alheia.

Tuesday, March 06, 2007

Tolerância zero - II

Tá o cão mesmo... Mas anticristo é demais para mim!



“Britney se diz 'anticristo' antes de tentar suicídio de novo”. Essa manchete estava hoje em vários sites que visitei pela manhã quando lia as notícias do dia. Para piorar, o subtítulo diz que a “cantora” tatuou o número 666 na cabeça recém-raspada. Até concordo que ouvir um CD dela é um inferno e que ela está feia como o capeta depois de arrancar o siso, mas dá para levar a sério? Ô falta de problema na vida...

Tolerância zero - I

“Sempre sonhei em conhecer uma mulher assim a minha vida inteira”. Legal ouvir isso de um cara quando já há uma relação estável e duradoura. Agora, o que você acharia se um homem te dissesse isso poucas horas depois de te conhecer? Cantada barata? Caô? “Um-sete-um” sentimental? Louco psicopata?
Acho qualquer uma dessas alternativas mais sensatas do que acreditar numa baboseira dessas. A pérola foi dita pelo personagem de Fábio Assunção para a personagem de Alessandra Negrini, na nova novela global das 21h. Horário nobre? Ah, tá bom....

Tuesday, February 27, 2007

31 reflexões (uma para cada ano de vida)

Fiz 31 recentemente. E não foi DDD... Fiz 31 anos e para cada ano de vida, fiz uma reflexão. Quem tiver paciência, pode ler um por um.

1 – Atualmente, os humanos “menos” direitos são os que mais têm defensores dos direitos humanos.

2 – Políticos são aquelas pessoas que o povo elege para defender os interesses que não interessam ao povo.

3 – Eu gostaria de acreditar que a máxima “os fins justificam os meios” fosse usada apenas pelos profissionais de mídia.

4 – Pelo que vejo nas ruas, muitas crianças reinventaram a frase “se a vida te der um limão, faça uma limonada”. A ordem agora é “se a vida te der um limão, arranje mais dois e jogue para o alto num sinal”.

5 – Consciência é aquilo que deveria condenar ou absolver uma pessoa, independente do veredicto de um juiz.

6 – Estamos numa época em que há muita gente preferindo não acordar quanto tem pesadelos – a realidade anda pior.

7 – Virose é o diagnóstico de todos os males da saúde que os médicos não têm a menor idéia do que sejam.

8 – Ninguém compra um Rolex para ver as horas, muito menos bebe Perrier para matar a sede.

9 – Fofoca é tudo aquilo que os vizinhos falam da vida alheia; quando nós falamos dos outros, vira “informação”.

10 – Assim como existe o “mau perdedor”, existe o “mau vencedor”. E este segundo é cada vez mais freqüente.

11 – Não acho que viver seja respirar. Acho que só vivemos mesmo naqueles momentos que, de tão felizes, acabamos perdendo o fôlego.

12 – Depois da pesquisa da ONU sobre o meio-ambiente, acho que para viver um homem precisa: escrever um livro (em papel reciclado); ter um filho (preparado para viver no calor e saber nadar nas grandes inundações); plantar não uma, mas várias árvores.

13 – As pessoas que se apegam exageradamente às marcas são exatamente aquelas que não têm deixado marca alguma no mundo.

14 – Nietsche disse: “odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia”. Completo: principalmente se for com conversa fiada no ônibus.

15 – Gente folgada e erva daninha precisam ser cortadas no início; caso contrário, crescem e tomam conta de tudo.

16 – Cada vez que assisto a uma partida de futebol, me pergunto o motivo o que há de tão especial nisso. E como não encontro a resposta, sigo assistindo jogos e mais jogos de tudo quanto é campeonato do planeta.

17 – Conexão wireless, celulares que pegam até embaixo d´água, GPS, chips... Não se engane: toda esse tecnologia só serve para que se chefe te encontre mais facilmente a qualquer hora do dia (ou da noite).

18 – As pessoas pagam cada vez mais caro por aparelhos que exibem vídeos/fotos, tocam MP3, conectam à Internet, fazem gelo, coam café... E essas mesmas pessoas sabem usar tudo isso cada vez menos.

19 – Conversa fiada não devia ter esse nome; conversa que você não está interessado devia ser conversa paga (e paga à vista, sem esse papo de fiada).

20 – Um livro ruim ainda pode ter alguma utilidade. Uma pessoa ruim, nem isso.

21 – Se me vir numa briga, não separe; dê uma tesoura voadora e me apóie, isso sim.

22 – Não entendo a expressão “politicamente correta”. O que há de mais incorreto no mundo é sempre feito “politicamente”.

23 – Falo sozinha. Tenho culpa se tenho bom papo?

24 – Nada mais burro do que mesquinharia. Tem gente que, por medo de viver na miséria no futuro, vive como miserável hoje. Tem lógica?

25 – O mundo estaria bem melhor se as pessoas assumissem os filhos e os erros com seriedade.

26 – Amizade só vale se for que nem bumerangue: na base do vai e volta. Se só um lado se doa ou cede, mais cedo ou mais tarde, a amizade arrebenta.

27 – Em 90% dos casos, quando alguém pergunta o que você acha sobre ela, não está querendo saber o que você pensa realmente; está apenas querendo confirmar o que ELA pensa sobre si mesma.

28 – O dízimo é propagado por muitos como forma de conseguir uma vaga no céu. E isso se tornou uma negociata dos diabos.

29 – Digam o que quiserem: só me interesso por “auto-ajuda” se meu carro estiver enguiçado.

30 – O que diriam os homens se as mulheres estivessem “governando” o mundo há milênios e o resultado fosse esse caos que é o planeta hoje? Hein, hein?

31 – Fazer aniversário é completar um ano a mais ou um a menos. Depende do ângulo. Mas depende mais ainda da forma que você encara a vida.

Monday, February 12, 2007

À Procura da Felicidade


Tocante. Redentor. Humano. Sensível. Emocionante. Qualquer adjetivo na linha dos anteriores encaixa como uma luva na definição do filme “À Procura da Felicidade”. Sabe aqueles filmes que você precisa ter em casa para ver e rever sempre que precisar de uma forcinha extra? Naquela hora que o peso das coisas nos obriga a baixar a cabeça... Naquele momento que a correria do cotidiano não nos deixa ver as grandes riquezas que muitas vezes possuímos? Esse filme é um deles... É remédio para a alma. É uma ode aos poucos seres humanos que fazem da grandeza de espírito e de propósito um caminho. “O” caminho.

Acho mesmo que pessoas como o protagonista do filme é que têm impedido a mão dos deuses de apertar “Ctrl+Alt+Del” para a humanidade. Chorei muito, lavei o rosto mesmo de tanto chorar. Chorei de alívio, por ver tanto esforço recompensado. Chorei de esperança, tentando apreender lições para minha vida. Chorei de dor, porque realmente o ser humano pode ser grandioso, mas costuma se apegar a coisas pequenas.

Está à procura da felicidade? Talvez o filme não responda como consegui-la. Mas se estiver à procura de um incentivo para achá-la e correr atrás dela com força, pode correr para o cinema.


Thursday, February 08, 2007

Vingança? Não... A auto-defesa de Gaia

Essa é a estátua da deusa Gaia, a deusa da Terra.


Foi com uma certa satisfação que li as previsões do relatório feito pela ONU sobre as condições climáticas da Terra. Não porque dissesse coisas boas, mas exatamente pelo contrário: o relatório foi incisivo em relação ao futuro do planeta e a perspectiva é a pior possível.Até 2100, a temperatura global vai aumentar 4ºC; haverá fortes ondas de calor, as inundações serão cada vez mais freqüentes, uma infinidade de ciclones tropicais, tufões e furacões aparecerá de forma intensa. A água potável diminuirá, claro, e o mar, com a elevação de suas águas, vai provocar o desaparecimento de e superfícies férteis.
Surgirão os chamados “refugiados do clima”. Ou se preferirem “seres-humanos-com-o-rabo-entre-as-pernas”, perambulando de um lado para outro, culpando Deus, o Diabo, a Natureza e qualquer bode expiatório pelas desgraças que chegarão. Mea culpa? Nem pensar. O ser humano é o animal mais covarde, mais inconseqüente, mais burro, mais cruel do planeta como conhecemos hoje. E só porque o planeta está mudando, não creio realmente que acontecerá o mesmo com o homem. Ainda bem...
Ainda bem porque simplesmente a humanidade já acabou faz tempo. E para evitar que o mesmo aconteça com esse planeta, é preciso varrer o Homem de sua superfície. Pena que alguns animais, plantas, paisagens irão junto. Mas de coração, creio que a Terra se recriará com força e criatividade. E espero eu, sem nenhum resquício desse átomo pretensioso, egoísta e vil chamado ser humano.
Não, não vejam em mim uma pessoa amarga ou descrente. Sou o contrário disso. Por isso mesmo, não agüento mais. Não agüento mais tanta estupidez, tanta crueldade, tanta falta de solidariedade. Ah, estou sendo radical? OK. Mas não posso dizer menos que isso depois de saber que ontem, 08/02/2007, um menino de seis anos foi arrastado por um carro por sete longos quilômetros (quatro bairros), preso ao cinto de segurança do Corsa prata que foi roubado de sua mãe. Século XXI, Rio de Janeiro. Podia ter sido na Idade Média, se já tivessem inventado o automóvel.
Não, errada não sou eu por torcer para “Gaia” varrer a humanidade. Errado é quem afirma que o planeta fará isso por vingança. Mentira! Sentimento de vingança é coisa típica dos humanos. Gaia não está se vingando; é auto-defesa. Pura e simples.

P.S.: Gaia é deusa da Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase absurda. Segundo Hesíodo, ela é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos. Viva Gaia!

Monday, January 22, 2007

Açúcar para adoçar o mundo...

Tenho sérias dificuldades de dormir cedo aos domingos. Acho que é porque curto demais o fim de semana e quero aproveitar até a última gota. Ou simplesmente porque domingo é “O” dia quando o assunto é futebol e as mesas-redondas me tentam como o capeta fez com Cristo no deserto. Só que Ele conseguiu resistir; eu, nem sempre. Enfim... Ontem tentei dormir mais cedo. Deitei 22h30. Salvo raríssimas exceções, um recorde para um domingo. Já começava a pregar no sono, quando às 23h41 (olhei no relógio do vídeo), o telefone toca. Atendo rápido, com o coração aos pulos.
- Dona Quirina, a senhora pode me emprestar duas colheres de açúcar?
- Hããã?!? O quê?!
- Duas colheres de açúcar...É trote, pensei.
- Quem tá falando?
- É Luciana, Dona Quirina.
- Você discou errado!!! E desliguei. Essa última frase saiu num tom grosso, ríspido, de quem tinha sido acordada por um “doce” engano. Bolei respostas grosseiras que não dei e as quais nem vou colocar aqui porque esse é um blog de família.
Mas hoje durante a meditação em trânsito (ou pensamentos para ocupar a mente durante um engarrafamento), achei até legal. Legal saber que ainda há espaço no mundo para uma pessoa pedir duas colherinhas de açúcar a outra, coisa que eu só tinha ouvido falar. Duas colheres de açúcar, às 23h40 de um domingo, podem adoçar toda uma sociedade mergulhada em egoísmo.

P.S.: Ô Luciana, desculpe pelo tom de voz grosso, ok?

Wednesday, January 17, 2007

Você conhece os Tincoãs?

Tincoãs: vale a pena conhecer

Minha mãe sempre falou bastante dos músicos que ela gosta. Boa parte deles já estava no andar de cima quando eu era criança e o restante, foi indo ao longo dos anos ou já tem visto provisório para o além. Não que minha mãe seja idosa; é que ela aprendeu a admirar boa parte desses artistas ainda pequena ou com minha avó. Enfim... Fato é que, ao longo do tempo (e por falta de opções na música atual), passei a curtir alguns desses nomes também. Até porque alguns caras que curtia demais também cantaram para subir: Renato Russo, Kurt Cobain, Cazuza... Como me sobrou coisas como NX Zero, MC Leozinho e afins, me abri para “as dicas musicais” da mamãe. E descobri Roberto Ribeiro, Clara Nunes, ChicoBuarque, Cantores de Ébano e por aí vai. Mas uma das descobertas que mais gosto, uma das que mais me arrepiam cada vez que ouço é um grupo chamado “Tincoãs”. Conhece? Já ouviu falar?Infelizmente, é provável que não. Mas acredite: poucos grupos têm tanta brasilidade quanto este. Na há nada parecido na atualidade. As vozes, de timbres puros e firmes, formam um conjunto perfeito. O som, que mistura percussão e cordas, é irresistível. E beleza é uma palavra que resume bem a combinação entre letras e melodias. Achei um ótimo texto sobre eles neste site.Tenho a sorte de ter um CD deles, que um dia meu irmão achou numa loja no Centro e deu para minha mãe. Vez por outra, eu seqüestro e ouço. Vale a busca na Internet pelos arquivos dos caras. Vale ver a comunidade dos Tincõas no Orkut. Vale resgatar um pouco da nossa história musical, que já produziu muita coisa boa que anda perdida por aí.